Livio Oricchio

Novo asfalto de Interlagos permitiu pneus mais moles. Bom para a corrida.

Livio Oricchio

17/X/14

São Paulo

A notícia é boa para o GP do Brasil. A Pirelli não mais vai enviar para a corrida de Interlagos os pneus duros e os médios, os de maior resistência de sua gama. Após os técnicos da empresa italiana receberem informações sobre o novo tipo de asfalto utilizado pela prefeitura de São Paulo para recapear o circuito, ficou evidente que a melhor opção seria distribuir os pneus médios e os macios.

Por mais que Felipe Massa seja um piloto respeitado na Fórmula 1, diante de sua grande experiência, tão útil nessa reconstrução da Williams, não foi a sua crítica à escolha original da Pirelli para a prova de Interlagos que levou a fornecedora de pneus da Fórmula 1 a rever sua decisão inicial. Massa havia definido como ''perigosa'' a escolha dos duros e médios. E Fernando Alonso, da Ferrari, ''estranha''.

''Depois de analisar as características do novo piso e entender haver pouca possibilidade de superaquecimento dos pneus, em razão das esperadas temperaturas elevadas do asfalto, decidimos mudar os tipos dos pneus com a concordância das 11 equipes da competição'', explicou Paul Hembery, diretor da Pirelli.

O novo asfalto utilizado em Interlagos apresenta pouca abrasividade. É um cenário distinto do gerado pelo piso anterior, bastante desgastado e  mais abrasivo.

Outras razões para a escolha original dos pneus duros e médios foram as temperaturas elevadas, comuns nos dias do GP do Brasil, e a natureza do traçado, com longos trechos de aceleração plena partindo de velocidades baixas, como os que estendem da saída da Junção até o S do Senna e do S do Senna até a freada do fim da Reta Oposta.

Se fosse mantida a opção dos duros e médios, é provável que os pilotos tivessem dificuldades para atingir a temperatura ideal de aderência, cerca de 90 graus, mesmo com o asfalto atingindo mais de 40 graus, como se espera em Interlagos.

Agora, com os médios e os macios, a tendência é os pilotos não enfrentarem esses problemas e disporem de carros mais estáveis, por os pneus responderem com o máximo da sua aderência, em razão de trabalharem nas faixas de temperatura para as quais foram projetados.

Se confirmada essa expectativa, como deverá ser o caso, é possível não assistirmos a diferenças abissais de performance entre os concorrentes por um deles ter descoberto algo que esteja funcionando melhor que os demais. Nessa condição, explorar mais adequadamente os pneus passa a ser um desafio e, claro, não interessante para o GP do Brasil. Em outras palavras, é possível se esperar, agora, uma competição mais justa, equilibrada, mas sempre com a Mercedes na frente.

Entre os dias 7 e 9 de novembro São Paulo recebe a 18.ª e penúltima etapa do campeonato. Antes de desembarcar no Brasil a Fórmula 1 vai para os Estados Unidos, onde dia 2 será disputada a prova de Austin, no Texas, no Circuito das Américas.

Em razão da polêmica e injusta regra de os pontos serem distribuídos em dobro na última corrida, o GP de Abu Dabi, dia 23 de novembro, é muito provável que a definição do título se estenda até o Circuito Yas Marina, nos Emirados Árabes Unidos.

Hoje, depois de 16 etapas, Lewis Hamilton, da Mercedes, lidera o Mundial com 291 pontos, seguido pelo companheiro de equipe, Nico Rosberg, com 274. Em terceiro está Daniel Ricciardo, da Red Bull-Renault, 199.