Livio Oricchio

Vettel na Ferrari já está OK. E Alonso na McLaren só falta o anúncio.

Livio Oricchio

04/X/14

São Paulo

Quinta-feira, em Suzuka, Sebastian Vettel deu o seu ''ok'' a Christian Horner, diretor da Red Bull, para a programação de testes durante o inverno que lhe foi apresentada. No dia seguinte, sexta-feira, ontem, Vettel chamou Horner e o seu mentor, o ex-piloto austríaco, hoje consultor da Red Bull, Helmut Marko, para uma conversa.

Horner disse aos jornalistas, neste sábado, pela manhã, ter levado um choque com o que ouviu de Vettel. O piloto que havia conquistado os quatro últimos títulos com a Red Bull lhe comunicou que estava deixando a equipe. A reação de Horner descrita pelos profissionais de imprensa era de incompreensão. E surpresa.

''Obviamente a Ferrari lhe fez uma oferta bastante atraente'', disse o jovem dirigente, bastante capaz. A partir de 1.º de janeiro Sebastian será nosso concorrente.''

Fernando Alonso deve ter entendido melhor nos últimos dias as razões de Marco Mattiacci não estar fazendo nenhum esforço para mantê-lo na Ferrari. O diretor do time italiano já tinha pronta a resposta à ameaça de Alonso de deixar a escuderia. O espanhol provavelmente não esperava ser possível a saída de Vettel da Red Bull.

O que se comenta no paddock do autódromo japonês, onde amanhã será disputada a corrida, 15.ª do calendário, é que Vettel recorreu a uma cláusula do seu contrato para solicitar a rescisão. A cláusula é desconhecida, mas acredita-se que se estivesse fora dos três primeiros até determinada etapa do campeonato poderia sair sem pagar multas.

A esse respeito, Horner comentou: ''De que adiante um papel assinado se o piloto, no seu coração, não deseja mais estar conosco''.

A importante vaga de Vettel na Red Bull, que deverá ter um carro bem mais eficiente que o deste ano, será ocupada pelo russo Daniil Kvyat, de 20 anos, estreante este ano no Mundial, pela Toro Rosso-Renault, time de propriedade da Red Bull.

Para o lugar de Kvyat na Toro Rosso, Helmut Marko provavelmente escolherá o espanhol Carlos Sainz Junior, líder do Campeonato da Fórmula Renault 3.5. Dia 1.º de setembro Carlos completou 20 anos de idade. Assim, a Red Bull terá em 2015 Max Verstappen, de 17 anos, recém-completados, e Carlos, 20, ambos formados na academia da Red Bull. Detalhe: os dois meninos são estreantes na Fórmula 1.

E Alonso, para onde vai? Está praticamente certo que será o companheiro de Kevin Magnussen na McLaren-Honda. A outra possibilidade é o espanhol não disputar a temporada, como fez, por exemplo, Alain Prost, em 1992, para voltar em 1993 na Williams-Renault e ser campeão. Mas essa hipótese é muito pouco provável.

Os novos dirigentes da Ferrari, Sergio Marchionne e Marco Mattiacci, comentaram com algumas pessoas mais próximas terem ficados chocados com as exigências de Alonso. E quando contataram Vettel a fim de conhecer seu interesse em se transferir para a Ferrari e ouviram ''sim'', começaram a trabalhar para viabilizar o negócio. E literalmente desprezaram seu piloto.

Quem deve estar sorrindo à toa é Bernie Ecclestone, promotor da Fórmula 1. Antes mesmo de o próximo Mundial começar já é possível afirmar que o interesse é enorme.

Algumas atrações: Vettel na Ferrari, Alonso na McLaren-Honda, Kvyat na Red Bull, quase dois adolescentes e estreantes na Toro Rosso, Max e Carlos. Mais: a Pirelli já informou que os pneus serão mais macios que os atuais, tornando as corridas menos previsíveis, com mais pit stops.

Não acabou: proibição de os pilotos serem orientados pelas equipes quanto às questões técnicas, e a provável evolução significativa das unidades motrizes da Ferrari e da Renault, o que deverá permitir a seus times se aproximarem significativamente da Mercedes.