Nasr e Negrão dão um show na GP2 em Hockenheim
Livio Oricchio
20/VII/14
Hockenheim, Alemanha
Se a corrida do sábado não foi das melhores para os dois representantes do Brasil na GP2, a deste domingo excedeu as expectativas. Felipe Nasr, da Carlin, largou em quarto, optou por pneus de pista seca, caiu para 20.º, muito mais lento dos pilotos que escolheram os pneus de chuva, mas quando o asfalto começou a secar descontou mais de 50 segundos dos líderes e recebeu a bandeirada em brilhante segundo lugar. O monegasco Stefano Coletti, da Racing Engineering, venceu a prova, 1 segundo à frente de Nasr.
André Negrão, da Arden, mostrou o seu cartão de visita na GP2. Na chuva, saiu da 18.ª colocação e com ultrapassagens espetaculares e as rodadas dos adversários ascendeu ao terceiro lugar. Mas, sem rádio, não parou para substituir os pneus de chuva pelos slick, na 13.ª volta, no segundo safety car da corrida, como fizeram os demais, e caiu lá para trás. Terminou em 21.º. Se tivesse continuado molhado, Negrão tinha grandes chances de chegar no pódio. No seco e parando na 13.ª volta, de estar dentre os seis primeiros.
Nasr saiu do carro cansado ao final as 26 voltas, uma a menos do programado, por causa do limite de tempo, 45 minutos. Na corrida do sábado são 38 voltas ou 60 minutos. ''Foi muito difícil. No começo achei que tínhamos errado ao largar com o slick porque eles não aqueciam e todos me ultrapassavam. Tive uma sorte danada de não me envolver num acidente'', disse o vice-líder da GP2.
''Mas depois a pista começou a secar, meus pneus estavam aquecidos enquanto os que aproveitaram o safety car para colocar os slick tinham que esquentar os seus. Meu ritmo passou a ser muito bom, fiz várias ultrapassagens'', disse Nasr. Chegou a ameaçar o líder, Coletti, no fim, que como ele havia largado com slick, quando ainda chovia. O belga Stoffel Vandoorne, da ART, completou o pódio em terceiro.
Negrão estava feliz com a performance, apesar do resultado. ''Eu me diverti bastante, gostei pra caramba. O carro estava bom no molhado'', disse. ''Não dei sorte com o safety car. Fiquei sem rádio e não ouvi a ordem de entrar no box. E não vi a placa (no muro dos boxes) porque estava embutido no carro da frente'', explicou Negrão. Sem parar, Negrão era o líder quando o safety car saiu da pista, duas voltas depois, a 15.ª.
O piloto de Campinas reclamou dos toques violentos que levou do vencedor da prova de ontem, o neozelandês Mitch Evans, da Russian Time, e do venezuelano Johnny Cecotto, Trident. Tanto que ambos foram chamados à torre para se explicar. O importante é que Negrão pôde mostrar na GP2 que é um piloto bem melhor do que os resultados neste ano de estreia sugerem ser.
Com a classificação da corrida deste domingo, 12.ª do ano, Jolyon Palmer, da DAMS, sexto hoje, lidera o campeonato com 168 pontos. Nasr segue em segundo, 127. Negrão ainda não marcou pontos. A próxima etapa é já sábado, no Circuito Hungaroring, em Budapeste.